Piolho

ser incógnito virtual* plexo significativo* espólio de emoções subjectivas* visões e interpretações* criador de movimentos sociais revolucionários* Zaratustra cibernético
O saudosismo consubstancia uma atitude humana perante o mundo que tem como base a saudade, considerada por Pascoaes o grande traço espiritual definidor da alma portuguesa — o que, segundo o poeta, é testemunhado pela literatura portuguesa ao longo dos séculos. No entanto, mais do que sentimento individual, a saudade é elevada a um plano místico (relação do Homem com Deus e com o mundo, ânsia nostálgica da unidade do material e do espiritual) e corresponde a uma doutrina política e social. Surgido no clima mental nacionalista, tradicionalista e neo-romântico de inícios do século, o saudosismo pretendia, tomando a saudade como princípio dinâmico e renovador (de forma algo obscura) levar a cabo, pela acção cultural, a regeneração do país. Seria, de acordo com o seu teorizador, a primeira corrente autenticamente portuguesa. Ligado a uma expectativa messiânica e profética, o saudosismo acabou por dar azo ao afastamento de alguns dos seus adeptos -—como António Sérgio, que não reconhecia no seu passadismo capacidade de renovação, ou até Fernando Pessoa, que, embora partilhando este elemento messiânico, acabou por preferir o projecto cosmopolita e revolucionário da Orpheu.
retirado de http://www.universal.pt/Alguma coisa…entretanto!
Tão pouco o perene, tão emergente o fugaz. Pedaços de vida, coisas isoladas; são todos os momentos. De repente, em cada um deles, parecemos também nós pedaços de alguma coisa, petrificados no presente, a olhar o passado, a adivinhar ansiando o futuro e esse gesto em que me transformo enoja-me! Quero parti-lo, gani-lo, uivá-lo, queimá-lo em estalo (“in”)consciente! Quero “crackar” a rígida cúpula da sapiência negativista que nos revela a luz, a verdadeira conclusão, derradeira, a ignóbil consciência humana.
Rasgo as ligaduras, espremo a repressão de soslaio, e enquanto espremo a repressão soslaiamente, para não ser notado por esse infalível sistema, olho cinzeiros sujos. As cinzas estão dispostas conforme a sua vontade. As cinzas quadradas, pentagonais, circulares e elípticas. Tudo parece perene, mas na emergência de um sopro fugaz, o perene é tão pouco e curto. Um simples sopro vital e matei todas as cinzas do cinzeiro. Matei-as!!! E renasci-as como Fénix omnipotente, pedaço de cinza, eu que me transformo em sopro ardente da alma decaída (que teima em fazer-se sentir sem se revelar).
Intoxico-me com os restos carbonizados. Inalo os restos… e sou ave em chamas…por mim. Projecto-o e sei que nem vejo o alvo, nem sequer o posso alcançar. Atiro-me heróico cobardemente, como um cabrão irónico, futurista melancólico, protestante católico. Queiramos ou não…somos filhos da antítese, netos da contradição.
E deus? Essa ausência paradoxal que não chega nunca a parte nenhuma, deixando-nos na espera infinita, ao mais finito dos seres! E o quê que nos resta nesse resto de tempo à sua espera? Uns miseráveis intervalos a brincar com urânio, dinamite e a manusear aviõezinhos de papel, que se queimam a cada emboscada, que se esbarram contra torres também de papel, com cheiro a dinheiro. Não, não quero brincar mais, e não ser mais criança neste infantário de loucos em que ser verdadeiramente criança é ser-se crescido. É crescer rejuvenescido. Cristalizar a existência num prisma ectoplásmico, irregularmente mais complexo e GIRAR! Girar na espiral do “infinitivus” infinito. A vida pela vida. A morte pela morte. O Ser pelo ser e o ser pelo Ser. A infância pela criança. A demência pela melancolia.
criado em conjunto por blasfemo e Dixo